domingo, 9 de dezembro de 2012





Ás 9:00 no terminal era onde tinham marcado..
ele de metrô, ela de ônibus;
ela de cílios roxos cabelo solto, ele de óculos e moletom;
ambos amanhecidos à insônia, cultivado em pensamentos e tremores.
Eram conhecidos por um final de semana, eram de mundos icógnitos, paralelos, coincidentes.

No local, muita gente como era de se esperar, e o ar matutino metropolitano que pairava entre as passadas de saltos, rodinhas e viajantes com olhares curiosos. Houve pontualidade, mas um café se fez necessário; a visão turva de alguns tragos no decorrer da madrugada e a sensação de que não acordou, lhe preocupava: Já fazia um ano da última vez que se viram, mesmo descobrindo alguns de seus pedaços, tinha o pressentimento de que re-viveria aquela, um caso único e suicida. Lhe prometera 24h, era tudo que podia e devia devido á conexão que tinham, e a premissa de que esse tempo seria suficiente para mostrar o que 12 turbulentos meses reservaram à esse encontro.
Esperaram. Em plataformas diferentes, diferentes pensamentos, insegurança, receio, o pior da neurose moderna:

" Será que ele me esqueceu?
Será que o ônibus atrasou?
Deve estar chegando.. mas cadê?
Será que ela se perdeu? Mas se eu sair daqui.."

Um caminhar despretensioso os despertou, cruzando a multidão e olhares, luzes e aromas; e num corredor se entreolharam, sorriram, e com breves explicações na trajetória, um abraço. Quente, com pretensão de durar mais, mas não.. a inquietude não permitira. Pulam a parte chata de se colocarem em dia, e deixaram as palavras no automático e apenas se observando: os gestos, a direção dos olhos em cada reação, os lábios e o perfume, e a estação chegou. Carrega-lhe a mala e descem até seu apartamento deixando transbordar  ainda mais as vontades de estar mais perto, e foi o que aconteceu depois do primeiro suspiro no sofá, após uma meia dúzia de ensaios em suas cabeças. E encaixe perfeito, deslizou e a ebulição era clara. tudo com apresso em não ter pressa, e cada momento era um quadro aquarela, nanquim em água. E tudo de menor ser, tornava cósmico, o carinho em sua barba mau feita, seus seios contra o peito, sua mão áspera pelos quadris, suavemente. E, até como um susto, tentando prever o fatídico fim, a saudade se antecipava, um espasmo da consciência lógica querendo somar os espaços que ainda restavam e os que nunca haveriam de existir. Era contra a natureza como muitas coisas na sociedade civilizada, e mais do que nunca não podiam, não tinham como negar tal encontro. Entrega era um suporte mutuo onde podiam misturar suas tintas, sua aquietação, seu gozo, dando vida à uma orgânicidade agridoce desconhecida.
"O tempo urge", pensava, já fumando um cigarro e num impulso de sair pela noite, nada  de mais, apenas um ar fresco. Estava frio mas ela não exita e sorri de olhos coloridos, inclinadamente à quase dizer "onde você quiser". Tudo estava silencioso como podia, se respiravam.. muitos cenários e a vontade única de entrar um no outro, de ser outro pedaço e receber parte, sendo outro.

Como suas próprias naturezas exigiram, o corte foi seco.
Encararam, sorriram, e um beijo no rosto; embotados de declarações e sonhos em lágrimas,
recebem o impacto tardio, desvelam-se à sustos risonhos,
podendo se re-identificar, e lembrar, que odeiam despedidas.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Be-atriz




Será que tua mocidade permite alem de perpetuar, que algo mais brilhe?
Será que pode a tristeza fazer partitura em tuas grafias tão livres, será?
Será que é tinta os céus que cativas no semblante, essa atriz, se acredita
que é outro mundo, ou se revive seu papel despidamente.

Será que posso..
Será que sua casa é cenário, feito giz, será que ela é éter, louça ou loucura?
Se se despenca do seu arranha-céu de lágrimas em um quarto de hotel..

Será que eu..?
Que possa tragar-me à esses horizontes, eterna vontade dos pés intocados no chão.
Diz a atriz, Beatriz, para que sempre seja sempre por um triz..

Diga quanto tenho em mãos? Perigos desastrosos, nossa felicidade..
será que é estrela longe ilusão incandescência?
E se comédia, divina, e se de repente se jogar, e o universo quiser mais,
e os arcanjos passarem o chapéu..
E se eu pudesse..

quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Legítimo mecanismo de não em si mesmado, pra outrora estar alem.
A vaidade dos postos de conquista, o prazer da solidão incompreensível, a insatisfação de estado para em outro estar. À grande ilusão já nascida enganada, danada, para que nada seja o suficiente.. só o continuar caminhando para o novo...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Claramente








O que seria de nós sem a hipocrisia, em? Poder mudar completamente de opinião dependendo das circunstâncias.. já quis adiar, remarcar, revogar o sentimento que nem mesmo a rotina celibatária poderia me anestesiar suficiente. A doçura que imagino ter, contagiosa, só me permite sonhar entre os filmes de finais nem sempre felizes, mas que previsíveis continuam a me assombrar. Como se me pedissem para contar eu mesmo a próxima história que, dessa vez, só dessa, tenha um final que não me apareça com antecedentes nem cartões de visita. Que graça tem? O que essas pessoas vêem de gozo nessa segurança de saber o final da novela, ou já conhecer todo o enredo do filme sem mesmo ter começado? Onde está a convicção psicótica da dúvida.. do próximo passo?



Invejo o mistério que não conta nem pra ele mesmo em momentos de silêncio o que pode, e vai acontecer, até ser fato estampado, pintado em olhos, carne e âmago. Digo isso mas continuo vendo os contos, sonhando, as curvas dramáticas, o auge, o êxtase, o clímax, a musica orquestrada das letras miúdas que ninguém lê, e olhando pro lado, sabendo que deveria estar lá.



Tenho paciência.. sei que teus olhos mel, por mais que fechados me miram a distância de outras tais realidades, e por mais que ainda não saibam meu filme preferido, que raro coro e quando o faço não disfarço, que lacrimejo com besteiras maiores, e que simples emudeço quando despeço.. por mais que não saibam que falta de charme e paixão me entedia, que acho pianos elétricos demagógicos, que me exponho como defesa.. sabem que pulso! Sabe que em algum lugar de si que quanto mais o tempo passa, posso eu mais próximo estar de tudo que acredito, sem saber. E quem sabe afinal? Quem nos da certezas sem aos menos uma dose alusiva antes para amaciar?



Sinceramente.. eu sei.. eu sei.. 2+2 são 4, a vida vale a pena, etc, etc.. Umas tragadas para o tempo passar e estou no chão novamente, com algum peso a menos e mais esperança de saber o gosto dos seus lábios.. roseados, ocre ou pluma? Se tuas marcas inexpressivas poderão me falar o que não escuto a não ser em minha melodia fantasiosa.. Se teus poros hão de solver à luz que carregas no semblante sem mesmo que antes possa proferir: "oi..me chamo Clara.."



Serei mais que noturno, que quereres, que amante ou que espera, mais que humano. 
Te amarei sem pressa, sem peso, palavras ou pudor.
Direi sem censura, te olharei sem amanhã.
Calarei sorrindo, parceiro-amigo.
Teu divã. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

VERNALAGNIA






Pouco a se falar em meio de tantas palavras jogadas ali, em respeito ás primeiras impressões; Polidas, homeopáticas, para não assustar, e pequenos contatos descontraídos. Hipocrisia corriqueira: o esconde-esconde emocional clássico. Querem sem querer, nega-se querendo sim, para mais tarde, mesmo que inevitavelmente consumada, a danada da dúvida possa ter razão. Logo, o acontecido não aconteceu, o toque, intocado: o intenso, medíocrezado. Tudo névoa… Procura-se a correspondência mas o destoar rítmico é claro, e é preciso uma atitude, e assim se fez. Pensa denso mas quer comunicar leve, leva tempo.. algumas palavras fumadas, alguns cigarros ensaiados, toma coragem, e num titubear desengajado encontra a força, e, feito o convite, lhe toma às mãos num sorriso luar e compromete-se a simplesmente mentir, atuar perante a real vontade como tantos, tantas outras vezes o fizeram, alegando a si que seria o melhor no momento, aos dois.
Vagueia, entre os fatos, símbolos, se embaralha, falha. Tudo explicado, nada resolvido, tendo ao certo que a danada voltaria a imperar duvidosa aos cacoetes, que nem flagrados  se despedem. Como sempre, brindam outro rumo sem frutos além da confiança, a segurança, a velha e bastarda "zona amigável", sempre pronta para reclamar seu legado aos que se perdem, ou são perdidos. Prazerzinho ridículo de simpatia, de concordância vestida, desapegada de intenção, velada, apesar de se apropriarem mais de seus presentes passados; e o encanto retorna maior, como uma reação espontânea ao asco da média prevista, talvez a grandeza da impossibilidade, do inaucansjável.
Se deparam com a situação repetida, mas a resolução agora é outra, já que o jogo não era mais jogar, não era mais convencer e nem mesmo à força. Guardando o que lhe faltava de esperança se ancora em mais alguns tragos já vencidos, acometidos outrora, e esses escritos que nem mesmo podem consola-lo; tamanha ingrata decepção.
E lá estão, ambos maquiados, pois todos poderiam supor, alguns poderiam até imaginar, mas ninguém sabia o quanto, era fato, glicérico. Algumas finais despretensiosas investidas eram necessária, estavam infantilizados, parados perante a ainda presente arritmia desdobrada crescentemente às poucas possibilidades que lhes restavam. Restava apenas o que havia de ir, algo, mínimo, necessário passivo de saudade. Como já registradas nas grandiosas dramaturgias teatrais, era vontade e contra-vontade, o anseio e a auto-piedade, a falácia humana, o clamor pela segunda graça; Se atracar feito briga, a entrega pagã, feito fluxo; puro.. extinto. 
Era entusiástico por não ter desistido, não ter ignorado, e verbalizar que havia falta sem mesmo saber de que. Uns diriam com a maior lucidez e segurança que era saudade, outros, por defesa diriam: uma armadilha, mais um joguete; era exposição calculada? Nada sabiam. Talvez era esse mistério que ocasionava o vácuo pernicioso, mantido orgânico à continuidade. Era estridente por dentro como se transbordava por fora, incutido e flutuante. Ainda era tempo de se trocar as etiquetas e máscaras,
alem do tempo, do medo, da gravidade.. mas tudo permaneceu, irrisoriamente frente às tão possibilidades. 

Dali, dado desabroche à Vernalagnia primaveril, eram só desejo, apenas movimento, aventura, pseudo-conjecturas; eram possibilidade novamente, mas, com algo a mais.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Alma dançante


Quando o vi, apenas a curiosidade de saber quem é, depois a afinidade...

O contato com arte faz isso, tem uma certa liberdade, e falou de onde eu tinha vindo como quem quer e tem medo. Foi dito sobre as asas que tem e as que queria ter.

Enquanto em aula apenas um artista de entrega total e com orgulho de fazer bem feito o que se faz, mesmo de forma imatura. O contato seguinte foi de total equilibrio, mais a sintonia já estava lá. Veio a lua cheia e com ela toda a vida que corre em minhas veias. O cenario é sempre rodeado de arte, e assim é pois somos assim, libertinos, loucos, desesperados, gostamos do limite, do novo e do desafio, somos artistas. E foi nessa hora que rolando no chão o seu achou o meu e brincamos feito crianças de olhos fechados, o tempo não parou nem a música, a pele dele sentiu a minha e a minha tão pouco queria mais e mais contato. Sempre! 

Do resto só apareceu de lá bem longe a aula. A atenção que vos dedico.
O perfume, o ar, o relogio, a luz, o conto isso passou. E os dias junto! Tudo... mais aquele momento ficou no pensamento, virou historia...
No outro houve olho no olho!
Uma prosa com hora marcada pra acabar.

Falou-se do ar, mar, solo, do contato, do resto, da voz, da cor, de amor, e compartilhamos um segredo: O cigarro e a ansiedade! A fumaça e o pensamento voando. Uma aventura de leve...levitando. Nada mais. Quando foi apenas o abraço apertado que faz doer.
A lembrança a mais e a continuação da historia.
Sensação de alegria adiada, paciencia trabalhada.
Chega passar despercebido. Quem iria saber que o cupido rondava aquela rua?
Pre determinado o proximo...tempo o suficiente para se preparar, quando numa noite 6 dias antes tudo acontece. Tudo. Acontece.Viagem! Tranferencia..

O telefone toca...surpresa. Sua voz, sua alegria, minha alegria, num dia onde todos forão convidados praquela festa onde todos menos eu fui. E fui. No caminho me perdi. Me perdi no caminho..sem saber o que fazer, pra onde ir...calma...e então achei você ali onde combinamos, do jeito como combinamos. Dois amigos, no posto, no mercado, no elevador, na rua, no carro, nos corredores, nos assuntos...e para.

A quimica é grande. A conexão indiscutivél. No papo ele não teme suas proprias palavras parece que nem as mede, hoje já não sei, era um jogo? Disse tudo que eu penso, tem o verbal, sem medo do julgamento. Passou confiança, eu confiei! Disse, e disse e depois me deixei....pela musica, pelo vinho, pela meia luz... e ainda o oléo, seu toque, respiração, palavras, calor e conexão. Eu na varanda, eis que é você aqui comigo...meu espelho, fez meu riso, trouxe calor...e arrepio. Não quero sair, eu adio o melhor...quero eternizar tudo isso. Ta dificil. Voltemos...a musica acabou, salvou, mais do que? Volta e escolhida a musica, volta ao objetivo...foco, raridade. Pedido. Serei eu, aquele que eu deixei dormindo aos 15, ou 16 ou no amor de adolescencia.

Eu sou de peixes e você do mar. Somos dois nele. Na cabeça... a liberdade, no olhar o convite pra perda, entro sem pedir? Faço sem avisar? Deixo como estar? É eu deixo. Me deito e assim estou entregue. Você já sabe o que é preciso saber...cantou pra mim, falou de coisas do mar, da filosofia, das ideias que são minhas e assim agente fez. O amor não sei!? Intimidade...os corpos nus, belos, mil vezes se aproximando e afastando tudo ao mesmo jeito e tempo e noite com lua nos seduzindo, eu só queria ela. Ainda não chegou ao fim. Essa noite nunca acabou. Ela esta aqui na minha mente e no meu sonho. Isso saiu do controle. Sua camisa em mim e a minha jogada no chão. Vi seu corpo andando por ali, indo e depois vindo com mais filosofia, arte, musica, poesia e significados. O corpo pede, a boca esta seca. Mais já esta na hora! Tinha sala, cozinha, banheiro, sacada, e quarto. Na sala a poesia, meia luz de abajur, o vinho derramado no chá cor de carmim no claro..tudo lindo. Na varanda a lua feiticeira. No banheiro o espelho que revela a beleza do momento. Na cozinha a arte em canto...é um jogo, primeiro você depois eu... vamos nos despir e mostrar nosso eu, vem Gal, Chico, Catto, Lana, Maria de Medeiros, Djavan, e a poesia outra vez. Embalos!!! Tudo nos leva pra lá...caidos nos braços...entre pernas e abraços. Conhecia ainda pouco, porque razão querer? A ciência não explica, estamos nos quarto...essa obra de arte vem no quadro.. fecho os olhos e sinto...com a ponta dos dedos sua arte... sinto energia, boa energia...mais o coração quer complicar, deixarei acontecer e que venha o que quero dizer...descobri tudo sobre você naquela sua pintura, chegou a te assustar, então parei. Percebe? Você também esta despido diante de mim, também sente medo. Eu te amo de Chico Buarque. É intenso demais. Rola sobre meu rosto uma lagrima, e você antes no chão agora sobre mim, acolhendo e falando o que não ouço, quero ouvir,mais não estou ali... depois volto. A musica ainda não acabou, eu já nem ligo mais... isso tudo é outra coisa. Quando acaba a proposta: Eternizar! Mais como eternizar algo que já esta tatuado em mim? O lado bom? Tudum, tudum a musica não para, estamos loucos...entre nós somente sua camisa em mim... no quarto a luz da noite. Parece que vem de lá.

Pra purificar.
A natureza, lua, sol,calor, frio, e agora a aguá quente sobre os corpos, tudo que é meu, tudo que é seu. na rua nada parece como quando cheguei. Pra que saber das horas? Nem sei se quer como me chamo.
Colchões, lenções, brisas, mar...
Parece até que nada parece. 

Temos um trato: Quando se for, é como se nada tivesse sido. 

Isso é um reencontro carmico. Bom demais até pra Nelson Rodrigues. Como fazer pra ir embora? Como irei? 

O Jô já foi há 5 horas, logo nos acompanha o sol e com ela o que? a REALIDADE? Já não quero mais. 
Estamos indo. Existe algo...quem sabe a distancia.

Meu erro: Sentimental.


Sheila Scarllet Matias








quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Navegar é Preciso

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: 
"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Nuvem negra




Que a dor se faça verso
Do pranto, ações rasas.
O reflexo fundo e dúbio.

Aroma doce e languido,
Toma-me por ausência.
Nem o óbvio, nem eu.

Que evita-me do mundo,
E me toma em silêncio,
Em murmuro do que vem.

Clausuro em ode, firma nuvem,
Para aquele, o sido, ser ninguém.
Para que raro, mero preciso, diga,
O que nem em simples palavra soará.  

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Admirar, a distância; em silêncio.




Como quem orquestrasse o mar, 

reluzia-se às intrépidas passageiras, 
às gigantescas monolípticas, 
às de massa tão rarefeitas que contem o vazio, 
em sua mais básica ideia, 
à pleno significado de existência, é feito, vão. 

Vagueia em tempo de eternidade, 
em estado ritual, em sopro perene. 
Diverge-se em ékso-implícita-realidade, 
lhe devolvendo pedaços seus, esquizocidos, 
diante das tão escolhas; 

Tão quando lisas, 
que lhe tingem o pensar de cor tão pouco existente. 
O vento mesmo que sentido, é ilusório, 
pois não às acompanha, não às instiga, pouco diz; 

Só resquício de um acontecido, já que ainda a tanto ressoa.. 
Lhe prometendo a repletidão do Nada; ao tudo que só se pode existir; 
admirar, a distância; em silêncio.      

terça-feira, 17 de julho de 2012

Do nascimento, a limitação.
Produto da criação
Sensação?
O consumo:
Da verdade.

Intensidade de uma integridade
Sincera de-sincronicidade;
À parte.

Realidade ignorante
Arte; arde
Desenvolvimento da paixão
Idealização?

Liquidez da sensatez
Credibilidade de uma sociedade;
Veloz,
Não menos atroz

Cíclica dualidade de uma ansiosa identidade
A sócia-cultura, figura.
Subjetiva, altiva
Morte da liberdade é a neuroticidade.

Demente dependência
Da simples anuência,
de sentir e não menos,
existir.

Bruno Farina

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Baudelaire


A QUE ESTÁ SEMPRE ALEGRE 

Teu ar, teu gesto, tua fronte
São belos qual bela paisagem;
O riso brinca em tua imagem
Qual vento fresco no horizonte.

A mágoa que te roça os passos
Sucumbe à tua mocidade,
À tua flama, à claridade
Dos teus ombros e dos teus braços.

As fulgurantes, vivas cores
De tua vestes indiscretas
Lançam no espírito dos poetas
A imagem de um balé de flores.

Tais vestes loucas são o emblema
De teu espírito travesso;
Ó louca por quem enlouqueço,
Te odeio e te amo, eis meu dilema!

Certa vez, num belo jardim,
Ao arrastar minha atonia,
Senti, como cruel ironia,
O sol erguer-se contra mim;

E humilhado pela beleza
Da primavera ébria de cor,
Ali castiguei numa flor
A insolência da Natureza.

Assim eu quisera uma noite,
Quando a hora da volúpia soa,
Às frondes de tua pessoa
Subir, tendo à mão um açoite,

Punir-te a carne embevecida,
Magoar o teu peito perdoado
E abrir em teu flanco assustado
Uma larga e funda ferida,

E, como êxtase supremo,
Por entre esses lábios frementes,
Mais deslumbrantes, mais ridentes,
Infundir-te, irmã, meu veneno!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Encontro nos desencontros, e mais um suspiro. Nada mais é, num lugar onde tudo pode ser sem poder estar.  O encontrar na razão em raso copo frente ao mar;  o que não se cabe, só suportar.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Cera-fim






impulso
que me guia
 o diferente, emoção
é o gosto da sensação
é o sentir no ver, ouvir e estar.
Curiosidade do espaço e tempo novo
..de um pouco mais...
Sede de beber Mar, fome da Terra. Brinca, brisa boa,
Que migo, logo migo, pode soprar e morrer dia, desde que dia raie,
e chore numa tempestuosa lua mansa; N'outro, 
deixa queimar a fala e a chama brinca,
dança, quando, enquanto, 
a vela chora 
cera-fim.



sexta-feira, 15 de junho de 2012

A vida..

A vida é passo-a-passo no contra-passo. São Escolhas de dias pensados ou deum tapa volupioso. É sangrar Delicadezas e bordar Solidões. 

É esquentar pleno Sol no Inverno e pintar pleno Olhar os céus de Outono. É chorar em Silêncio, é aprimorar-se no outro.   

É a Dança do Malandro, é  Sorrir Chorando, é a Mandinga na Capoeira, no sonho.. é Calma de Planta, são Idéias de Cometa.

É Reinventar-se todo dia; Pôde pouco, pode Simples; é Complexo. 




Deixar-se 
Abandonar-se
Ferir-se
Calejar-se
Alimentar
Surpreender-se.



É Gerênciar o Caos e em seguida Per-der-se;
É se Apaixonar e Voltar para Jantar em Casa.

É o Tempo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

não sei





Me perguntaram e eu disse, não sei!
Como posso, eu, saber qual é a cor do amor?

Saber se é certo querer ser compreendido?
Se o azul é azul, ou só por que chamamos assim.
Se existe destino; O destinto; ou Despido de Ego?
Saber se é possível se iluminar; não se humilhar.

Se a dor passa, ou se se passa por breve alegria.
Se a liberdade existe, ou se é apenas libertinagem.
Se a margem existe, ou é apenas especulação.
Saber dar adeus sem mesmo falhar ao falar.

Se o que acredita ama a Deus, ou a firme religião.
Se só vale o que vale, ou se me vale à valer.
Se o palco é eterno ou se só se faz enquanto..
Se o que sabe mais é o sabido ou o sóbrio. 

Se sangrar quando pede; Se se pode apenas, só sorrir.
Se o silêncio grita, ou se o grito deve silenciar.
Se posto a posto de agir é o primeiro, ou único passo.  
Se tolerar é luxo dos intoleráveis, se tolerar - (me) basta.

Se será o que será , ou se será o que já é??


terça-feira, 29 de maio de 2012



Em minha solitude você contrai.

Compensa os avessos, e cora.
Autêntica e sinfônica, resoa.
Em prosa e mimo, deixa cair.

Já não porto frio, nem vazio,
Nem descaso, nem caso.
Nem descrença...
Só complacencia. 

Só um pouco disso e daquilo.
E pronto, no ponto.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Tão pouco, Tão tudo.





orelhas mudas e olhares pontiagudos,


mãos desinteressadas e corpos soltos,



mente programada e coração condição.




tudo é pouco, e muito de nada.



tão pouco, tão tudo.

quinta-feira, 3 de maio de 2012



A vida caminha no revés ao revés, ao invés de caminhar nos quereres dos ninhos táis narcízicos que, mímicos, denunciam seu fracasso.
 Á bruta flor, bruta flor que nos elucida o suicida desvairado, livremente atado; teus próprios limites.

Tudo podia, tudo pode, tudo tens o vigor e o direito de paixão: esgarniçada, limpa, Tenue, ferida, lisa.. 


O equilibrista, na linha do tempo, entre os espaços, é também um palhacci!


Um standup de burlesco, um pierrot com machadinhas, um bêbado com flores, o Chaplin na dança dos pãezinhos. 


Grandes gargalhadas em cena, tapas na bunda e pasteladas na cara.Tudo em cena, tudo insano, tudo (en) sina, tudo diz…




viva..


Grazie, Palhacci!




domingo, 8 de abril de 2012




Mas é isso não é meu amigo..: aproveite enquanto é, pois navega.. tudo está navegando.

sábado, 7 de abril de 2012

Fecham-se as cortinas
Aguardo para que comece o espetáculo
Dois personagens
Um ato
Passeio em sonho pelo seu corpo nu
Acordo e rogo: tempo, pare!
Não adianta de nada
Sinto pelas mãos me escorrendo a madrugada
Atores
Senhores de seus demônios
Entregues por todos os lados
Inseparáveis são seus corpos
Como das chaves não se vão seus cadeados
Amanhece
Palavras flutuam
Conversa de colchão
Minha boca na sua
Abrem-se as cortinas
Terça-feira de sol...

Felipe Monaro

sábado, 24 de março de 2012

Mudo


Mudo..

Mas certas coisas ainda vão me emocionar;
Outras ainda, a me indignar.

Muito esquecerei de mim, para outro;
E pouco esperarei, faço por que faço;

Quero por que quero e ainda espero..
Que não espere, que se espante ou não.

Mas que cale, que firme tácita atenção.
Aos manifestos do hoje, ao que pôde,
ao que pode!

sábado, 17 de março de 2012

Não mais tinto (Gracias Chica.)














Trépido instante de susto, e você chegou.

Tive hesitação espontânea por não, apenas, te observar.

Uma troca de gentilezas, afinidade sinestésica, reverência;

Um outro susto e não conseguia levar minha atenção a nada além.


Volúpia distinta e já não me habitava mais.

Volvi-me de perguntas sem respostas, tinto, postei-me á..

Tabaco enfumaçado e uma pausa entre os frescos anseios;

Tão pouco atento e já ébrio, pude realmente sentir sinuoso brilho.


Untei-me claro e não mais tinto; e sorriso.

Usava das palavras que não lhe diziam berço, o mesmo.

Vestiu-me, ali, tamanha atmosfera, onde pouco podia fazer;

Voltava-me, via-me aos cantos, sorria, como que quase uma dança.


Solvi pequenas vitais bobagens, tímidas.

Sussurrei-lhe à entrega; votos impossíveis serem até ali.

Seria aquilo de que falavam os grandes, os loucos, poucos;

Rompi tais cascas, ao cumprir fidelidade à provas tão improváveis.


terça-feira, 6 de março de 2012

Amacolhar

Imagem: Rola Chang




Tudo fala quando silêncio cala .

Um borro de exumado decoro.

O vento sopra próprio alento.


Tempo estático ao conta-gotas, todas possibilidades iguais à acontecer, até ser.
Fadigado em meio palavroso, tantos prolixos mentais dos quais quiçá, já, não mais.
Pois sois clara-mente, ao ver nu, tudo; quando fostes o primeiro à postar-se em sigo.
Não pretendia, não queria, nada dizia à confraria de hipocrisia.
Busca algo mais, além de tais, aquém fugaz, em-fim cais.
Onde nada se toca; casta presença itaoca.
Diz tudo calado; luto à palavra.
Ama com olhar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Tre-ixos




Se os nossos trechos de vida, se eles estão nos eixos que deviam estar..

Caminhos, vidas diferentes, trechos diferentes e eixos iguais; semelhantes, únicos..

Não temos meta, desfrutamos do que é, não sabemos, desfrutamos cada um..

E é divertido, excitante, espairece.. engrandece e nos conta cada fractal do universo.


Que lembremos os dias azuis, que luiz, em que puis nossos destinos ao tom do vento.

De encontros noturnos com a Betty, Blue e outras; todos regados de muita intensidade.

Qualidade, filosofia, do diferente, o amar; tais das quais nem sabemos, ou já, ou não..

Vivemos, enfim.. e em mim vive, viverás. Pois o tempo, a distância, o passado, Vãos são.


Tivemos nosso porto particular, a metros, nossas sonatas ao luar, nossas invenções..

Nosso voo baixo, rasante, nosso pulo no precipíco do "por que", nossas vitórias e glórias.

O aumento da percepção, oração, perdão e compreensão; ao lado do fogão, vinho..

e nosso bom e velho Chabarank, nubles, strubles, banbine..você lindão, Gratidão.


Pelos melhores momentos.. um pedaço de mim a metros, todos os dias; e agora, dentro!


Eu você, nós três!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

‎"Uma pessoa deixa obras. Estas ficam ou perecem, mas invariavelmente assumem existência independente. Uma vez feitas, subsistem sem o seu feitor. Uma pessoa age e fala. Ações e palavras não se desligam do agente e do falante. Palavras e ações, os discursos e os feitos, não são como obras deixadas. Vêm e vão com o seu autor. O discurso só subsiste enquanto é sustentado pelo falante; a ação só subsiste enquanto é sustentada pelo agente. E enquanto duram é que apontam alguém. Ações e palavras podem ser comparadas às artes de desempenho – as artes do dançarino, dos atores dramáticos, a arte do músico – cuja realidade não é separada de sua realização mesma. São as artes de execução, apoiadas no exercício vivo da dança, do drama ou do concerto. Artes diferentes das artes de fabricação. Estas deixam produtos que sobrevivem por si mesmos, desligados da atividade que os trouxe ao mundo. O testemunho e a memória dos outros são os únicos capazes de trazer suficiente realidade e permanência à apresentação viva de alguém. Outra vez vale a comparação: como dançarinos, atores ou músicos, os autores de feitos e palavras dependem de uma audiência para aparecerem e para serem lembrados. Palavras e gestos humanos não são fabricações tanto quanto são revelações. Não estão no tempo tanto quanto são temporais e temporários. Só ficam quando são lembrados. Dependem de outros humanos para permanecerem: alguém depende de alguém para aparecer e quem vai recordar seus ditos e feitos."

E por isso nos meta-morfoseamos neste poli-desenvolvimento humano.

O que não era, hoje sou.
O que serei, hoje sou.
O que sou, é.

Eu sou você.
Você sou eu.
Nós.

Isso tudo não é meu.
Alguma coisa é.
E muito mais será!
Faremos!

Bruno Farina Hucke

Crédulo

Tudo é pouco enquanto passa, tudo é muito quando arrasta..
Queremos mais, e mais temos, mesmo quando não queremos.
Vejo pouco, mas de muito vejo nos gracejos de muita intenção.
É Vão, um vão de respiro, de cada sorriso crédulo de esperança!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Inquietudes

Por vezes, é necessário que sejamos enquadrados...
Emoldurados, afinal toda obra é arte, integralmente ou em parte;
queiramos um descarte, bobagem, estamos algemados, fixados;
Sabedoria do real burocrata ou de um falso inebriado?
Um estado...
Eufórico, melancólico, semafórico, impróprio...
Ópio!

Por vezes, o inexplicável, explica-se...
Complica-se!
Impõe-se e diz-se: Permita-se!
Caminhos inextrincáveis, tão palpáveis...
Fáceis!
São todos os sentidos, um a um, os cinco..
Sei de cór a cor de teu vestido e brinco..
Brinco..
Gargalho, de medo, inevitável meu anseio;
A dúvida dessa vida e minha morte;
A sorte de te encontrar;

Grato, de fato;
A Tu, a ela, a nós, a vós, um destino atroz...
A geo-metria, química, logia, grafia...
Etnia?
Atração, in-exata, explicável, capaz, eficaz...
Se faz!
Babacas racionais!

O protocolo é de vanguarda;
Organizada, ela aguarda,
Desfruta da relação falha e ainda mais tarda;
Normal;
Banal, é o natural...
Acordado embora acomodado, satisfeito;
Há satisfação;
Mínima, pragmática, dogmática, enfática, estática...


Imbricação de neurose, repressão,
trombose, abstração...
Artrose, complicação,
repouse na manipulação...
mais uma dose, dissolução;
São..
É tudo em vão!

Normalização do nervo-ótico...
Visão;
do belo!
Apreciação da atração...
Anelo;
De mais, de tudo, da ânsia, da entrega;
Me cega!
Intuição grita, me abençoa, dita,
aquela regra...
Agrega.

Canto;
Faz-se ciranda, me encanto, conquisto;
Desisto,
Insisto, apaixono, canso, des-canso,
Sono;
Abono, outra rainha de um mesmo trono?

Por vezes, o sentido torna-se ineficaz;
Nada se faz, or um segundo a paz;
Troco;
Te toco e é tudo...
Mudo;
Não expresso e peço, imploro, oro...

Me conceda uma resposta, fosse imposta, outra propósta...
Mostra!
Já sou muito sem ser, já quis, antes de querer, se pude foi sempre sem poder;
Quando tive, botei tudo a perder,
Declaro um amor... e nada há para se fazer!
Por muitas e muitas vezes...

Inquietudes

Bruno Hucke Farina

Abraçado ao acaso, sigo...



Abraçado ao acaso caminho de mãos dadas com a possibilidade de vê-la novamente.

Embora a cada segundo haja sempre uma nova oportunidade, quantas oportunidades novas aparecem por segundo?

O desentendimento cresce na medida em que palavras são trocadas, como barreiras que impossibilitam o real contato numa abstração do que deveria ser uma relação. Nada estranho, a maestria no pronunciar rompe pontes entre olhos e almas, que ruem a cada batida de uma proparoxítona, e de seu entulho e pó são reerguidos novos relacionamentos, certamente fadados à mesma sina. Palavras vazias de significado e verdadeira intenção perfuram a carne como agulhas que despejam dentro de cada um, uma única gota de um estéreo e delicioso veneno que com a sua permissão irá se empossar de cada pedaço de seu ser, não somente o houve, mas também o que há.

Logo verás que está intoxicado, preso em sua habilidade de desferir palavras e ruir conexões, esperando que em um segundo, uma nova oportunidade, um olhar do outro lado da rua, de forma instantanea leia todos os códigos mal configurados e saiba qual a intervenção. Mas o farol fecha e ao primeiro passo voltas a suposta realidade, cada vez mais preso em razões pelas quais consegue se convencer de que isto é vida.

Abrirá um sorriso e irá cativar, e então sentiras mais confortável, crendo que agora algo está diferente, e então confiante atravessa a rua e respira aliviado sabendo que há algo aí fora, até o momento em que, em casa, no conforto da solidão, ouvindo o estalar da água caindo do chuveiro, percebe que o que acalenta é, mesmo que esteja sozinho, no escuro, o fato de suas lágrimas serem mascaradas pela água que cai.

Ao nos tornarmos fortes para nos protegermos do mal que reside fora, não percebemos que erguemos barreiras que impossibilitam que, mesmo por um instante, vislumbrem o que há além desta couraça, prendendo e amarrando a nós mesmos os nossos medos e inseguranças.

Este monte de carcaças andando por aí, sempre atrasados para algo irreal, não percebem que ao baixar a guarda, você não só abre a possibilidade de assistir a alguém novo, mas também de se fortalecer pela verdadeira experiência e não pelo covarde refúgio...

Portanto a cada dia, abraçado ao acaso caminho, de peito aberto como se fosse reencontra-la.

Nunca a ví, mas saberei quem é assim que a encontrar...


André Heins

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

..está ficando cada vez mais difícil acreditar que nossa espécie ainda tem jeito, mas eu não penso em desistir... eu não quero suprir minhas necessidades a qualquer custo, não quero esse consumismo desenfreado, essa amizade de mão única, esse choro abafado.

não quero viver os dias da semana torcendo para que chegue logo o sábado e logo depois, no domingo, lamentar pela segunda que chega rápido demais... ouço todos que me procuram e faço o que posso para respeitá-los, tudo isso por pensar num bem maior, mas o mundo está ruindo e poucos querem realmente ajudar a reparar o mal que já fizemos. hoje guardarei-me em silêncio, lamentando o caos e a ignorância humana.

menos futilidade e mais utilidade.

luz..

Vinícius Valente.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Céu azuis




Totalmente ali, você esquiva, com pequenos suspiros de entrega..

Titubeadas, um riso em falsete, me segurando contra o banco com

olhar; já espalmada em meu peito, apenas carinho esboçado tinto.


Seus cachos faceiros, fluem inocentes, dançando com a meia luz.

Gargalha contando seus devaneios, entre meios, dúvidas, o belo..

Mantras, contos, os elos; de que no céu, eram muitos azuis.


Outra noite, uma praxada, um hare-pito, e o pequeno Ian de manha.

Fresh nuit, Clare the moon e a calm de Domingo, silence da rue.

Volto ainda estando lá; olhos húmidos, boca seca, preguiça.


Aliso leve; alisa firme e me pede mais.

Quero muito, nada falo e um até logo..

Pois nada muito calo, logo quero, sigo.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Quanta verdade..

"Quanta verdade podes aguentar?"
Se teu olhar, ao comparar,
Compra o que já lhe pertence.

Aos poucos, que deram-lhe o olhar;
Que disponíveis, despiam-se juntos,
Cúmplices, ao entregar.

E aos muitos, ao que se nega,
Esfregam-lhe a vida tantos tombos,
Rombos antes maquiados.

Desatarraxam-se os seus olhos,
Trancafiam-se o peito, pudor;
Ressaca moral.

Mesmo sabendo do risco,
Físico, emocional e mental,
Um trago visceral.

O convite para dançar,
Á suas formas e glorias;
Alegorias a que entornas.

Seder tudo a perder..
Ganhar, um momento;
Á vida.



Veraneios de um sólido devaneio



Em pé, com meu orgulho e minha fé

Sigo adiante, nada me foi, tudo é

Sou tua cria, teu genitor, uma mesma via

Meu olhar, eu te via...

Sabia, sentia e mentia.



Me curvo, me dói,

É ambíguo o que te ergue e o que te destrói

Corrói;

O amor conjuga o finito e infinito, um labirinto

Dois em um, em tempo algum,

A construção da beleza nos derruba um a um,


Deitado, entregue, não existe um caminho, um medo segue,

Você me persegue!

Harmonia, uma delicada heresia.

Doce azia,

Questiono os Deuses, invoco Atena,

Vale a pena, o valor da pena?

Balbucio, sem forças, nada me cala,

O amor não impõe, ele fala!



(2012, Hucke, Gomes e Monaro)