segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Armaduras


ninguém


Ela com todo mundo
Ela
Do mundo



Você esperando 
ele desejando 
ela
Que deseja elas - todas



Elas 
que desejam tudo
O tempo
Todo 
Tudo



sexta-feira, 7 de novembro de 2014







Eis que me salta em mente

justo ás margens da decência


ser real coisa premente
ante tudo: Consciência


.
Mesmo que de forma esdrúxula

sou de espírito Barroco

e por ser de mim metáfora
 
em segundo vem: Foco

Em terceiro de seguro

dos vazios que carrego

dentre todos o mais duro

"praticar o Desapego"

.
Caminhos de passos pequenos

como regra de conduta

têm por fim. mas não por menos:

Estar sempre pronto à Luta.



(nahuel Caran)

terça-feira, 30 de setembro de 2014



para evitar a oxidação das partículas
particularmente das palavras
a poeta fabrica metáforas

sabe que não se chega ao coração das coisas
nem com a falsa precisão da linguagem científica

sabe e fica
aprendendo as mãos
com as carícias

Carla Carbatti e foto de Vivian Maier

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Ex_piração




O mergulho pra dentro

No exato momento do afago,

Embaça a vista, entao

Veste-se o ego de cores vãs

Suspiram os medos e acordam do sono leve

De viver no chão

Com a vista embaçada

Mareiam-se os desejos que

Hora vem em mansas tragadas

Hora trovejando no silencio da madrugada

Num estalo a volta pra superficie

Traz o presente momento do afago

Enquanto lembrança vaga.



Continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar, nadar...

Zaina Debouch

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Poetas , Florbela Espanca
Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!

Jo Gomes

terça-feira, 29 de julho de 2014


Ouviu? Dizem que o grito da ciriema trás sol. Sabe o que é a luz Rica? ë a verdade, o desvelar do mistério. A noite, a noite é a morada dos sonhos.. não que cada um não possa acontecer diferente, mas é o propício, entende? Por isso a bohemia, e as loucuras abruptas que são peneradas pelas estrelas.. os movimentos involuntários da alma. 


Os toques da vida não podem vir abarcados de tanta ingenuidade, pode meu amigo? Há de assentar os mecanismos consequências para um dia a perspectiva mudar, enxergarmos tudo de uma só vez; noss'agora talvez… nunc'omeço, nunca fim. Lhe confesso essa fraqueza, e pra ser franca, não espero o mesmo de ninguém.. até pra assumir-se-r fraco,  perante a vida é preciso força nesse mundo cão.. Ser forte por certos motivos incompreensíveis, e fraco, por menos ainda. E no teu contrário, o movimento anti-poli-arbitrário de ser gestante de elefantes azuis, da poção mais rara, a do amor, feita das lágrimas de mulher saudosa; Dum lugar onde se fale sempre sincero, e o fazer todo coração. Ideais simples. 

É…as máximas permanecem.. só nós vamos. Sobramos em legados pessoais; talvez aqueles de que nem nos demos conta. Me sobra medo ainda de permanecer nas memórias posteriores como to Tio que tocava percussão,.. ou o avô poeta. Num baú cheio de escritos e rascunhos. 

Escritos? É quase um manual de vida. De como se passar pelo tormento da perda, dos outros, de si. E do encontrar-se, mesmo que por alguns instantes, uma razão a mais para ser. Talvez até mais. 

Floreio teu..

Bobagem sua..

segunda-feira, 7 de julho de 2014

todas essas minúcias da vida cotidiana não têm manual de instruções!
como saber para onde irão os pesinhos de Mercúrio, com aquelas asas malditas que podem, afinal, nos levar pra onde ela quiser?
somos, vírgula, toda a nossa vida até aqui.
a mãe, o pai e a tia.
as memórias, as vidas passadas, os ancestrais, os seus orixás.
são seus ascendentes em peixes e vênus em câncer. suas quadraturas, harmonias e oposições.
pessoas nunca são, porque não podem ser só pessoas.
viver é respirar e estar presente, dançando com o que estiver à sua porta.
talvez sejamos somente bons dançarinos. apenas isto...


Mag Magnólia

domingo, 22 de junho de 2014

F   aria o que o Céu quizesse e mais


R   iria ao som das lâminas do vento 

I   ludiria mais uma vez meu coração


O   lharia em seus olhos, e fugiria



(2014 com frio em Maringá)




quarta-feira, 28 de maio de 2014


repousado em sua bolha de singularidades,

propondo um conforto desconfortável,
sonhando, normalmente; solipsismo,
donde decora verdades;
vaidades.
o vital

sexta-feira, 23 de maio de 2014





Palavras são janelas (ou são paredes)
Sinto-me tão condenada
Tão julgada e dispensada
Antes de ir, preciso saber:
Foi isso que você quis dizer?
Antes que eu me levante em minha defesa,
Antes que eu fale com magoa ou medo,
Antes que eu erga aquela muralha de palavras,
Responda: eu realmente ouvi isso?
Palavras são janelas ou são paredes.
Elas nos condenam ou nos libertam.
Quando eu falar e quando eu ouvir,
Que a luz do amor brilhe através de mim.
Há coisas que preciso dizer,
Coisas que significam muito para mim.
Se as minhas palavras não forem claras,
Você me ajudará a me libertar?
Se pareci menosprezar você,
Se você sentiu que não me importei,
Tente escutar por entre as minhas palavras
Os sentimentos que compartilhamos.

Ruth Bebermeyer

quarta-feira, 7 de maio de 2014

transbordo-de-ti
teu aroma particular pelo quarto
teus penduricalhos no assoalho

teus respingos em mim, jasmim rara, 
que me encara de ponta a infinito quando permito que isso tudo que faz dissolva em paz

respeito perene de que fomos presenteado desde o início por nosso ofício karmal
pelo nosso ramal de ligações únicas
por tudo que foi, é, e sempre será!

terça-feira, 8 de abril de 2014

vazio crativo

Gosta de ver os corpos em movimento, não nega um trago de vida oferecido em vão e por estranhos se apaixona. Confere-lhe a falta de dinheiro, ainda mais o excesso de tédio acumulado nas telas brilhantes e distantes do amor; com a frágil aparência que moderna coerência lhe oferece, que gasta em prece aos ouvidos invisíveis do todo. Perniciosamente leviano gasta teus dias entre poesias não lidas, paixões mau passadas e o cultivo de tua linguagem obtusa, à recusa de se assemelhar ao comumente mediano-fato de não saber-te como ser. Indagos, planos escorridos e sobre tudo a gana esganada de pertencer mais e querer menos, mesmo com a alma esfomeada de poeta repleta de vazio criativo. 

quarta-feira, 26 de março de 2014










Quando penso,
fico penso para o lado

Peso, fico denso
Desço, fico tenso


E meu pensamento alado
É desleixado como o vento

Não é leve, nem eleva
Só me enleva. Some e leva...


Mas se paro e respiro...
abrem-se nova-mente os poros
transpiram… suspiro - ah, sou puro!


Rodrigo Cardoso 

sexta-feira, 21 de março de 2014



O orgulho é ponta dinamite.
Quando tua razão explode, acredite:
Ao ordernar o caos que te permeia,
A verdade quando felicidade, laceia,
Por ser contradição, tudo bem, tudo bom..

E o quando fácil por teus cantos,
Dizer bem, ou o que bem queira,
Para fazer seleta peneira,
Do que há de lhe convir, aos poucos,
Tudo, até mais séria brincadeira.

Como e quando há de-despir,
Contida constante leseira,
Do achar no ponto,
Do que está no pronto,
Oco feito madeira.

Tempos Provocativos

Abrem-se as bocas
Pouco importa seus sons
Importa-lhes que tenham dentes
Afiados.
Importa-lhes que tenham línguas
Úmidas e exercitadas.
Quanto mais fortes as palavras surdas
Mais enche-lhes os pulmões.
Quanto mais surdas as palavras mudas
Mais sobra-lhes espaço.
Se cegas as cabeças dispares
Lacunas se formam
Preenchem-se das palavras surdas.

Em tempos provocativos
Cabe a boca muda
O braço baixo
O punho aberto
Cabe, também, idéias frouxas...
Mas definitivamente consistentes.

Quando sobram silencios
Abre-se o espaço mudo
Aprofundam-se os sons
E a concentração das forças se reuni nas palavras 
Há muito tempo mudas
Que muito esclarecem sobre o mundo de idéias difusas.

Caso haja stress, cabe indicar um livro.

terça-feira, 18 de março de 2014





Eles disseram louco.. consenti.
Pois só um ser louco se sujeito a tudo isso,
a nós,
aos nós que se fazem vida e apodrecem;
a cada passo dado nessa cidade...

Mas continuamos, continuamos lutando
com algumas perguntas a contar tempo:

Como posso ter tanto, tanto aqui dentro
e estar limitado por fronteiras tão frágeis,
tão pequenas?

Como posso libertar-me de mim mesmo?

E ai me pergunto também como ser consumo
e consumido culturalmente sem mesmo me 
dar conta disso?

A objetificação do Ser-humano!
Somos moeda de troca!
O escambo ainda não acabou...
Interesses!

Interessante, não?

Lhes deixo agora com a última.

Qual é a medida?

De intelectualizar, refletir e racionalizar..
Ou de agir, ser e sentir?

Qual a medida?

Em mim maior







A planta estourou o vazo, e não foi acaso que o desabroche parecia teus lábios sábios de sexo, som e uma doçura cítrica que atiça a preguiça logo em seguida, onde Sátiros sabiás tolos ficam, ao te olharem despetalada, arejada em mim maior.

Natureza de Mulher





Em tua própria 
tumba de esperança
relutava fatos da vida

Era Puta e Dama
em sua natureza de Mulher
era órfã de medo pois,
nenhum outro amor
lhe faria sangrar novamente;

Ao que sente, era demente
quando fazia ser simples 
tais encontros  invernais;

Era capaz de fazer do juízo, Sonho;

Tacanho acontecer na noite em teu semblante.

Era capaz de cais e partida em menos de veiz
pelo que vez entre seus ouvidos gélidos e seletivos,
sua franja frente ao mar, e teus olhos entumecidos..
de garoas breves

Trans-plante



Foi por isso.. por isso que sustentava aquela apatia inóspita enquanto a chuva exauria as velas do jardim; de lábios serrados, conti. Contive tudo que poderia, menos, claro, as palavras inevitáveis. Um Adeus seria insignificante, formalmente estúpido e transtornante.

Seria imperdoável.

Parece que não tivemos tempo e, quando acabava de passar, me parece tanto...

Com suas marcas cardíacas e o calor no olhar, não poderia oferecer nada mais do que minha genuína arritmia, meu único modo de viver, dentre tantos outros que há de se faze-lo.

Como pode? Subtrair-se algo e mesmo assim se ganhar tanto?

Sentir-se útil e vital ao oferecer o mais forte e simples de mim.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Lembra?

Lembra daquela conversa?
Quando estávamos em minha cama,
e me indagou sobre outros amores?

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Falta Poesia - facebook

Eu acho que você sempre teve razão. Eu acho que eu também sempre tive. Cada um buscando seu caminho, suas crenças e amores do seu melhor jeito. Às vezes eu ainda acho que estes caminhos vão se cruzar. Outras, me sinto egoísta, velho. Uns dias, o mundo está em minha mãos e não há coisa ou pessoa que arranque meu sorriso. Noutros, esmagado, me enrosco em mim mesmo, magoado, pequeno, em pedaços. São as montanhas dentro da mim, subindo, descendo, escondendo o Sol, barrando chuva, deixando-se alagar seja do que for, seja do que vier. Escolhi uma montanha alta demais. Às vezes me arrependo. Noutras, respiro coragem, e subo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Poesia de asas

Me esvaziei meu bem, 
Até chegar ao fundo de eu
Doeu, tudo clareou, vagou, engrandeceu
Me peguei sem apego, sentindo bem
Lumiou e iluminou tudo
Fez balançar num sopro mudo
Eu vi que eu não quero, não tenho, não sou
Aqui te sinto e lhe desejo o bem, meu bem
Onde a avidez de ser nem chegou

modifico-me pra ver se fico em mim, e edifico-me.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Poetar

                             
Poetar é preciso
Certo desalinho
Pontelíneo..

Um certo peso
Tipo inerente
suavidade voraz

Um tanto loquaz 
tanto mar
Tanto

Quando de graça
cantos teus
descobre - devolve

Des-nu-da 
de roupa
de leve

E de novo
e nós
tudo

Se foder
só fodendo
e ser foda

Nada de mais
só alcool 
sozinho

E de novo
comigo
giz

No universo
quase verso
do que já

Era tempo
passo
pés

Ponta de dois
compasso
pisco

Peste visão
que lumia
encontra