quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Tre-ixos




Se os nossos trechos de vida, se eles estão nos eixos que deviam estar..

Caminhos, vidas diferentes, trechos diferentes e eixos iguais; semelhantes, únicos..

Não temos meta, desfrutamos do que é, não sabemos, desfrutamos cada um..

E é divertido, excitante, espairece.. engrandece e nos conta cada fractal do universo.


Que lembremos os dias azuis, que luiz, em que puis nossos destinos ao tom do vento.

De encontros noturnos com a Betty, Blue e outras; todos regados de muita intensidade.

Qualidade, filosofia, do diferente, o amar; tais das quais nem sabemos, ou já, ou não..

Vivemos, enfim.. e em mim vive, viverás. Pois o tempo, a distância, o passado, Vãos são.


Tivemos nosso porto particular, a metros, nossas sonatas ao luar, nossas invenções..

Nosso voo baixo, rasante, nosso pulo no precipíco do "por que", nossas vitórias e glórias.

O aumento da percepção, oração, perdão e compreensão; ao lado do fogão, vinho..

e nosso bom e velho Chabarank, nubles, strubles, banbine..você lindão, Gratidão.


Pelos melhores momentos.. um pedaço de mim a metros, todos os dias; e agora, dentro!


Eu você, nós três!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

‎"Uma pessoa deixa obras. Estas ficam ou perecem, mas invariavelmente assumem existência independente. Uma vez feitas, subsistem sem o seu feitor. Uma pessoa age e fala. Ações e palavras não se desligam do agente e do falante. Palavras e ações, os discursos e os feitos, não são como obras deixadas. Vêm e vão com o seu autor. O discurso só subsiste enquanto é sustentado pelo falante; a ação só subsiste enquanto é sustentada pelo agente. E enquanto duram é que apontam alguém. Ações e palavras podem ser comparadas às artes de desempenho – as artes do dançarino, dos atores dramáticos, a arte do músico – cuja realidade não é separada de sua realização mesma. São as artes de execução, apoiadas no exercício vivo da dança, do drama ou do concerto. Artes diferentes das artes de fabricação. Estas deixam produtos que sobrevivem por si mesmos, desligados da atividade que os trouxe ao mundo. O testemunho e a memória dos outros são os únicos capazes de trazer suficiente realidade e permanência à apresentação viva de alguém. Outra vez vale a comparação: como dançarinos, atores ou músicos, os autores de feitos e palavras dependem de uma audiência para aparecerem e para serem lembrados. Palavras e gestos humanos não são fabricações tanto quanto são revelações. Não estão no tempo tanto quanto são temporais e temporários. Só ficam quando são lembrados. Dependem de outros humanos para permanecerem: alguém depende de alguém para aparecer e quem vai recordar seus ditos e feitos."

E por isso nos meta-morfoseamos neste poli-desenvolvimento humano.

O que não era, hoje sou.
O que serei, hoje sou.
O que sou, é.

Eu sou você.
Você sou eu.
Nós.

Isso tudo não é meu.
Alguma coisa é.
E muito mais será!
Faremos!

Bruno Farina Hucke

Crédulo

Tudo é pouco enquanto passa, tudo é muito quando arrasta..
Queremos mais, e mais temos, mesmo quando não queremos.
Vejo pouco, mas de muito vejo nos gracejos de muita intenção.
É Vão, um vão de respiro, de cada sorriso crédulo de esperança!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Inquietudes

Por vezes, é necessário que sejamos enquadrados...
Emoldurados, afinal toda obra é arte, integralmente ou em parte;
queiramos um descarte, bobagem, estamos algemados, fixados;
Sabedoria do real burocrata ou de um falso inebriado?
Um estado...
Eufórico, melancólico, semafórico, impróprio...
Ópio!

Por vezes, o inexplicável, explica-se...
Complica-se!
Impõe-se e diz-se: Permita-se!
Caminhos inextrincáveis, tão palpáveis...
Fáceis!
São todos os sentidos, um a um, os cinco..
Sei de cór a cor de teu vestido e brinco..
Brinco..
Gargalho, de medo, inevitável meu anseio;
A dúvida dessa vida e minha morte;
A sorte de te encontrar;

Grato, de fato;
A Tu, a ela, a nós, a vós, um destino atroz...
A geo-metria, química, logia, grafia...
Etnia?
Atração, in-exata, explicável, capaz, eficaz...
Se faz!
Babacas racionais!

O protocolo é de vanguarda;
Organizada, ela aguarda,
Desfruta da relação falha e ainda mais tarda;
Normal;
Banal, é o natural...
Acordado embora acomodado, satisfeito;
Há satisfação;
Mínima, pragmática, dogmática, enfática, estática...


Imbricação de neurose, repressão,
trombose, abstração...
Artrose, complicação,
repouse na manipulação...
mais uma dose, dissolução;
São..
É tudo em vão!

Normalização do nervo-ótico...
Visão;
do belo!
Apreciação da atração...
Anelo;
De mais, de tudo, da ânsia, da entrega;
Me cega!
Intuição grita, me abençoa, dita,
aquela regra...
Agrega.

Canto;
Faz-se ciranda, me encanto, conquisto;
Desisto,
Insisto, apaixono, canso, des-canso,
Sono;
Abono, outra rainha de um mesmo trono?

Por vezes, o sentido torna-se ineficaz;
Nada se faz, or um segundo a paz;
Troco;
Te toco e é tudo...
Mudo;
Não expresso e peço, imploro, oro...

Me conceda uma resposta, fosse imposta, outra propósta...
Mostra!
Já sou muito sem ser, já quis, antes de querer, se pude foi sempre sem poder;
Quando tive, botei tudo a perder,
Declaro um amor... e nada há para se fazer!
Por muitas e muitas vezes...

Inquietudes

Bruno Hucke Farina

Abraçado ao acaso, sigo...



Abraçado ao acaso caminho de mãos dadas com a possibilidade de vê-la novamente.

Embora a cada segundo haja sempre uma nova oportunidade, quantas oportunidades novas aparecem por segundo?

O desentendimento cresce na medida em que palavras são trocadas, como barreiras que impossibilitam o real contato numa abstração do que deveria ser uma relação. Nada estranho, a maestria no pronunciar rompe pontes entre olhos e almas, que ruem a cada batida de uma proparoxítona, e de seu entulho e pó são reerguidos novos relacionamentos, certamente fadados à mesma sina. Palavras vazias de significado e verdadeira intenção perfuram a carne como agulhas que despejam dentro de cada um, uma única gota de um estéreo e delicioso veneno que com a sua permissão irá se empossar de cada pedaço de seu ser, não somente o houve, mas também o que há.

Logo verás que está intoxicado, preso em sua habilidade de desferir palavras e ruir conexões, esperando que em um segundo, uma nova oportunidade, um olhar do outro lado da rua, de forma instantanea leia todos os códigos mal configurados e saiba qual a intervenção. Mas o farol fecha e ao primeiro passo voltas a suposta realidade, cada vez mais preso em razões pelas quais consegue se convencer de que isto é vida.

Abrirá um sorriso e irá cativar, e então sentiras mais confortável, crendo que agora algo está diferente, e então confiante atravessa a rua e respira aliviado sabendo que há algo aí fora, até o momento em que, em casa, no conforto da solidão, ouvindo o estalar da água caindo do chuveiro, percebe que o que acalenta é, mesmo que esteja sozinho, no escuro, o fato de suas lágrimas serem mascaradas pela água que cai.

Ao nos tornarmos fortes para nos protegermos do mal que reside fora, não percebemos que erguemos barreiras que impossibilitam que, mesmo por um instante, vislumbrem o que há além desta couraça, prendendo e amarrando a nós mesmos os nossos medos e inseguranças.

Este monte de carcaças andando por aí, sempre atrasados para algo irreal, não percebem que ao baixar a guarda, você não só abre a possibilidade de assistir a alguém novo, mas também de se fortalecer pela verdadeira experiência e não pelo covarde refúgio...

Portanto a cada dia, abraçado ao acaso caminho, de peito aberto como se fosse reencontra-la.

Nunca a ví, mas saberei quem é assim que a encontrar...


André Heins

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

..está ficando cada vez mais difícil acreditar que nossa espécie ainda tem jeito, mas eu não penso em desistir... eu não quero suprir minhas necessidades a qualquer custo, não quero esse consumismo desenfreado, essa amizade de mão única, esse choro abafado.

não quero viver os dias da semana torcendo para que chegue logo o sábado e logo depois, no domingo, lamentar pela segunda que chega rápido demais... ouço todos que me procuram e faço o que posso para respeitá-los, tudo isso por pensar num bem maior, mas o mundo está ruindo e poucos querem realmente ajudar a reparar o mal que já fizemos. hoje guardarei-me em silêncio, lamentando o caos e a ignorância humana.

menos futilidade e mais utilidade.

luz..

Vinícius Valente.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Céu azuis




Totalmente ali, você esquiva, com pequenos suspiros de entrega..

Titubeadas, um riso em falsete, me segurando contra o banco com

olhar; já espalmada em meu peito, apenas carinho esboçado tinto.


Seus cachos faceiros, fluem inocentes, dançando com a meia luz.

Gargalha contando seus devaneios, entre meios, dúvidas, o belo..

Mantras, contos, os elos; de que no céu, eram muitos azuis.


Outra noite, uma praxada, um hare-pito, e o pequeno Ian de manha.

Fresh nuit, Clare the moon e a calm de Domingo, silence da rue.

Volto ainda estando lá; olhos húmidos, boca seca, preguiça.


Aliso leve; alisa firme e me pede mais.

Quero muito, nada falo e um até logo..

Pois nada muito calo, logo quero, sigo.