terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Vidinha



Fui na padaria comprar o café da manhã. Apesar do céu azulão desperto, meu corpo ainda dormia. Me dirigi em piloto automático para a balconista e pedi três pães. Antes de me entregar o pacote ela se volta para mim:
 – Mais alguma coisa, "vidinha"?  – o adjetivo saiu assim, tão quente e acolhedor quanto o cheiro dos pães no pacote. Imediatamente abro um sorriso e algo em mim acende. Quanta vida cabe num diminutivo.        
                                                                      Juliana de Deus

sábado, 25 de março de 2017








Não sei amar.



 Sem mar,  mesmo sabido,
 é como sei remar.
Constrito, outra vez, parto
sem rumo se não o prumo.

assumo; perante o amor,
dor e suor, sou amador. 

Tolo desconsolo, tolo.
esse todo pedaço solto,
brota roto em desvario,
sem cena, sem pavio,
acena e ninguém viu.