quarta-feira, 26 de março de 2014










Quando penso,
fico penso para o lado

Peso, fico denso
Desço, fico tenso


E meu pensamento alado
É desleixado como o vento

Não é leve, nem eleva
Só me enleva. Some e leva...


Mas se paro e respiro...
abrem-se nova-mente os poros
transpiram… suspiro - ah, sou puro!


Rodrigo Cardoso 

sexta-feira, 21 de março de 2014



O orgulho é ponta dinamite.
Quando tua razão explode, acredite:
Ao ordernar o caos que te permeia,
A verdade quando felicidade, laceia,
Por ser contradição, tudo bem, tudo bom..

E o quando fácil por teus cantos,
Dizer bem, ou o que bem queira,
Para fazer seleta peneira,
Do que há de lhe convir, aos poucos,
Tudo, até mais séria brincadeira.

Como e quando há de-despir,
Contida constante leseira,
Do achar no ponto,
Do que está no pronto,
Oco feito madeira.

Tempos Provocativos

Abrem-se as bocas
Pouco importa seus sons
Importa-lhes que tenham dentes
Afiados.
Importa-lhes que tenham línguas
Úmidas e exercitadas.
Quanto mais fortes as palavras surdas
Mais enche-lhes os pulmões.
Quanto mais surdas as palavras mudas
Mais sobra-lhes espaço.
Se cegas as cabeças dispares
Lacunas se formam
Preenchem-se das palavras surdas.

Em tempos provocativos
Cabe a boca muda
O braço baixo
O punho aberto
Cabe, também, idéias frouxas...
Mas definitivamente consistentes.

Quando sobram silencios
Abre-se o espaço mudo
Aprofundam-se os sons
E a concentração das forças se reuni nas palavras 
Há muito tempo mudas
Que muito esclarecem sobre o mundo de idéias difusas.

Caso haja stress, cabe indicar um livro.

terça-feira, 18 de março de 2014





Eles disseram louco.. consenti.
Pois só um ser louco se sujeito a tudo isso,
a nós,
aos nós que se fazem vida e apodrecem;
a cada passo dado nessa cidade...

Mas continuamos, continuamos lutando
com algumas perguntas a contar tempo:

Como posso ter tanto, tanto aqui dentro
e estar limitado por fronteiras tão frágeis,
tão pequenas?

Como posso libertar-me de mim mesmo?

E ai me pergunto também como ser consumo
e consumido culturalmente sem mesmo me 
dar conta disso?

A objetificação do Ser-humano!
Somos moeda de troca!
O escambo ainda não acabou...
Interesses!

Interessante, não?

Lhes deixo agora com a última.

Qual é a medida?

De intelectualizar, refletir e racionalizar..
Ou de agir, ser e sentir?

Qual a medida?

Em mim maior







A planta estourou o vazo, e não foi acaso que o desabroche parecia teus lábios sábios de sexo, som e uma doçura cítrica que atiça a preguiça logo em seguida, onde Sátiros sabiás tolos ficam, ao te olharem despetalada, arejada em mim maior.

Natureza de Mulher





Em tua própria 
tumba de esperança
relutava fatos da vida

Era Puta e Dama
em sua natureza de Mulher
era órfã de medo pois,
nenhum outro amor
lhe faria sangrar novamente;

Ao que sente, era demente
quando fazia ser simples 
tais encontros  invernais;

Era capaz de fazer do juízo, Sonho;

Tacanho acontecer na noite em teu semblante.

Era capaz de cais e partida em menos de veiz
pelo que vez entre seus ouvidos gélidos e seletivos,
sua franja frente ao mar, e teus olhos entumecidos..
de garoas breves

Trans-plante



Foi por isso.. por isso que sustentava aquela apatia inóspita enquanto a chuva exauria as velas do jardim; de lábios serrados, conti. Contive tudo que poderia, menos, claro, as palavras inevitáveis. Um Adeus seria insignificante, formalmente estúpido e transtornante.

Seria imperdoável.

Parece que não tivemos tempo e, quando acabava de passar, me parece tanto...

Com suas marcas cardíacas e o calor no olhar, não poderia oferecer nada mais do que minha genuína arritmia, meu único modo de viver, dentre tantos outros que há de se faze-lo.

Como pode? Subtrair-se algo e mesmo assim se ganhar tanto?

Sentir-se útil e vital ao oferecer o mais forte e simples de mim.