quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Legítimo mecanismo de não em si mesmado, pra outrora estar alem.
A vaidade dos postos de conquista, o prazer da solidão incompreensível, a insatisfação de estado para em outro estar. À grande ilusão já nascida enganada, danada, para que nada seja o suficiente.. só o continuar caminhando para o novo...
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Claramente
O que seria de nós sem a hipocrisia, em? Poder mudar completamente de opinião dependendo das circunstâncias.. já quis adiar, remarcar, revogar o sentimento que nem mesmo a rotina celibatária poderia me anestesiar suficiente. A doçura que imagino ter, contagiosa, só me permite sonhar entre os filmes de finais nem sempre felizes, mas que previsíveis continuam a me assombrar. Como se me pedissem para contar eu mesmo a próxima história que, dessa vez, só dessa, tenha um final que não me apareça com antecedentes nem cartões de visita. Que graça tem? O que essas pessoas vêem de gozo nessa segurança de saber o final da novela, ou já conhecer todo o enredo do filme sem mesmo ter começado? Onde está a convicção psicótica da dúvida.. do próximo passo?
Invejo o mistério que não conta nem pra ele mesmo em momentos de silêncio o que pode, e vai acontecer, até ser fato estampado, pintado em olhos, carne e âmago. Digo isso mas continuo vendo os contos, sonhando, as curvas dramáticas, o auge, o êxtase, o clímax, a musica orquestrada das letras miúdas que ninguém lê, e olhando pro lado, sabendo que deveria estar lá.
Tenho paciência.. sei que teus olhos mel, por mais que fechados me miram a distância de outras tais realidades, e por mais que ainda não saibam meu filme preferido, que raro coro e quando o faço não disfarço, que lacrimejo com besteiras maiores, e que simples emudeço quando despeço.. por mais que não saibam que falta de charme e paixão me entedia, que acho pianos elétricos demagógicos, que me exponho como defesa.. sabem que pulso! Sabe que em algum lugar de si que quanto mais o tempo passa, posso eu mais próximo estar de tudo que acredito, sem saber. E quem sabe afinal? Quem nos da certezas sem aos menos uma dose alusiva antes para amaciar?
Sinceramente.. eu sei.. eu sei.. 2+2 são 4, a vida vale a pena, etc, etc.. Umas tragadas para o tempo passar e estou no chão novamente, com algum peso a menos e mais esperança de saber o gosto dos seus lábios.. roseados, ocre ou pluma? Se tuas marcas inexpressivas poderão me falar o que não escuto a não ser em minha melodia fantasiosa.. Se teus poros hão de solver à luz que carregas no semblante sem mesmo que antes possa proferir: "oi..me chamo Clara.."
Serei mais que noturno, que quereres, que amante ou que espera, mais que humano.
Te amarei sem pressa, sem peso, palavras ou pudor.
Direi sem censura, te olharei sem amanhã.
Calarei sorrindo, parceiro-amigo.
Teu divã.
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